Febralot participa da audiência pública sobre desestatização da LOTEX

Na última terça-feira, 26 de setembro o BNDES, a SEAE-MF e PPI (Programa de Parceria de Investimentos), realizaram no auditório da Ernst & Young no RJ, a audiência pública para discutir a concessão à iniciativa privada para a modalidade instantânea de loteria denominada LOTEX.

 

Representando a Federação Brasileira das Empresas Lotericas – FEBRALOT, esteve presente o Vice-Presidente Financeiro RICARDO AMADO COSTA, com o objetivo de tomar conhecimento de forma oficial do plano do governo de federal de outorgar a exploração deste importante produto lotérico.

 

O evento foi conduzido em 3 etapas, sendo a primeira a explanação do PLANO DE NEGOCIOS, em seguida respostas para os questionamentos por escrito e por fim perguntas de forma oral.

 

Como já vem sendo divulgado, a CAIXA por opção do governo federal, não terá participação acionária na empresa. Acredita-se que a opção de vender 100% da LOTEX foi exclusivamente econômica para levantar o maior valor financeiro possível, sendo que o lance inicial é de quase 1 bilhão de reais.

 

Conhecido o plano de negócios, o Vice-Presidente da Febralot Ricardo Amado Costa, fez alguns questionamentos Tabela pesquisa 1sobre qual a garantia para a Rede Lotérica se tornar o canal de comercialização do produto, uma vez que isto ainda vai depender de acordos comerciais com a CAIXA e a mesma não participará da sociedade. Perguntou também a respeito da comissão, que pela proposta apresentada tende a ser abaixo da média mundial. As perguntas formuladas não foram respondidas devido à falta de tempo.

 

Vale destacar que de acordo com o plano, a remuneração a ser destinada para comissionamento e logística é de 6,40% e, de acordo com o próprio BNDES a média mundial é de 6,10%  (conforme tabela ao lado do estudo de viabilidade técnica apresentado). Sendo assim, pode-se concluir que a comissão a ser praticada possivelmente será abaixo da média mundial, já que é praticamente impossível cobrir custos de logística com apenas 0,30% do arrecadado.

 

A mesa diretora se comprometeu em responder a todas as questões apresentadas, que farão parte da ata resumo da audiência pública.

 

De acordo com a pesquisa da empresa Parthenon-EY apresentada, existem fatores preocupantes no que diz respeito à opinião de onde é o melhor lugar para se comprar bilhetes instantâneos. Nas respostas, a rede lotérica aparece um último lugar, com 9% das preferências. Isso coloca a Rede abaixo de bares e baladas e de Vending Machine que sequer existe ainda no mercado brasileiro. Quem lidera a pesquisa como local mais apropriado são as bancas e quiosques com 16% da preferência. Com relação ao tipo de premiação, a pesquisa mostra que o apostador considera ganhar dinheiro como penúltima opção, abaixo de ingresso para jogos ou eventos. Desta forma, torna-se altamente questionável a pesquisa efetuada.

Tabela pesquisa 2

Tabela pesquisa 3

 

Embora a questão formulada pela Federação não tenha sido respondida em outro contexto o executivo do BNDES Guilherme Albuquerque, explicou que não haverá obrigatoriedade de comercialização na Rede Lotérica e isto vai depender de acordo comercial entre o vencedor e a CAIXA.

 

Segundo Jodismar Amaro, presidente da Febralot, isso é factual, pois a Rede Lotérica é proibida por contrato de permissão de vender qualquer tipo de produto que não seja da Caixa ou conveniado a ela. A inobservância deste critério dá o direito à gestora de suspender a permissão de funcionamento. Segundo Jodismar, é claro que há interesse da Categoria estar inserida nesta comercialização, pois se trata de mais um produto que, logicamente, trará mais ganhos. O que se espera é que haja um acordo com a permitente para que o comissionamento seja satisfatório para todos.